A correntinha
— Claro! Pode me passar à ligação. — Bom dia! Em que posso ajudar? — indaguei ao cliente.
— Gostaria de patentear minha invenção — disse o homem.
— Que bom. Do que se trata?
— É melhor que o senhor veja pessoalmente: montei um protótipo. Quando podemos nos encontrar?
Marcamos pela parte da tarde.
Um pouco antes da hora marcada, tocou o interfone anunciando a chegada do cliente.
Fui para a sala de reuniões e fiquei esperando. Não demorou muito Hans e um outro homem vieram carregando a invenção. Estava tapada por uma lona.
— É para não chamar a atenção! — disse-me Hans.
— Imagine se fosse para chamar a atenção — claro que pensei isso.
Hans tirou a lona que cobria a invenção. Era uma churrasqueira feita de tonel. Sabe aqueles tonéis de metal que se corta de comprido para fazer uma churrasqueira! Era quase isso. Metade do tonel ficava embaixo como uma churrasqueira comum. A outra metade ficava em cima, articulada por meio de dobradiças. Nessa parte ele tinha colocado uma portinha e uma chaminé.
— O que o senhor acha? — perguntou o inventor.
Claro que já conhecia essas churrasqueiras de meio tonel, mas confesso que não tinha visto ainda esse tipo.
— Funciona bem? — perguntei para ele.
— Claro! E é bem econômica — respondeu Hans. A gente coloca um pouquinho de carvão na parte de baixo, coloca a carne na grelha e fecha a churrasqueira. Aí é só controlar o andamento do churrasco pela portinhola.
— Bem interessante — ponderei. Você tem desenhos?
— Infelizmente não.
— Não tem problema, vamos fazer os desenhos da churrasqueira para depositar a patente.
— Mas não quero fazer a patente da churrasqueira — disse Hans.
Quando ele me disse isso, já sabia que a vaca tinha ido para o brejo e que ia me arrepender de perguntar, mas não tinha o que fazer.
— Bem! Se não é da churrasqueira, a patente é do quê? — perguntei já me preparando para o pior.
— Essa churrasqueira é bem conhecida no EUA. Quando fui visitar meu filho lá, trouxe a idéia de fazer essa peça aqui — explicou Hans. Mas não estou interessado na churrasqueira, quero proteger a correntinha.
Tive a certeza de que não tinha entendido nada.
— Que correntinha? — perguntei.
— Entre os dois meios tonéis tem uma correntinha que impede a parte de cima de tombar para o lado — explicou o inventor.
De fato, entre o meio tonel de baixo e o de cima tinha a bendita correntinha. Era uma daquelas correntes que se bota em coleira de cachorro pequeno. Tinha sido soldada na parte de baixo e na parte de cima.
— O senhor que patentear a correntinha? — indaguei para Hans.
— Exatamente isso! — respondeu bem feliz o inventor. É uma boa invenção, não acha?
— É — não me veio outra resposta à mente.
O outro homem que tinha ficado calado o tempo todo, continuou calado.
— Gostaria de patentear minha invenção — disse o homem.
— Que bom. Do que se trata?
— É melhor que o senhor veja pessoalmente: montei um protótipo. Quando podemos nos encontrar?
Marcamos pela parte da tarde.
Um pouco antes da hora marcada, tocou o interfone anunciando a chegada do cliente.
Fui para a sala de reuniões e fiquei esperando. Não demorou muito Hans e um outro homem vieram carregando a invenção. Estava tapada por uma lona.
— É para não chamar a atenção! — disse-me Hans.
— Imagine se fosse para chamar a atenção — claro que pensei isso.
Hans tirou a lona que cobria a invenção. Era uma churrasqueira feita de tonel. Sabe aqueles tonéis de metal que se corta de comprido para fazer uma churrasqueira! Era quase isso. Metade do tonel ficava embaixo como uma churrasqueira comum. A outra metade ficava em cima, articulada por meio de dobradiças. Nessa parte ele tinha colocado uma portinha e uma chaminé.
— O que o senhor acha? — perguntou o inventor.
Claro que já conhecia essas churrasqueiras de meio tonel, mas confesso que não tinha visto ainda esse tipo.
— Funciona bem? — perguntei para ele.
— Claro! E é bem econômica — respondeu Hans. A gente coloca um pouquinho de carvão na parte de baixo, coloca a carne na grelha e fecha a churrasqueira. Aí é só controlar o andamento do churrasco pela portinhola.
— Bem interessante — ponderei. Você tem desenhos?
— Infelizmente não.
— Não tem problema, vamos fazer os desenhos da churrasqueira para depositar a patente.
— Mas não quero fazer a patente da churrasqueira — disse Hans.
Quando ele me disse isso, já sabia que a vaca tinha ido para o brejo e que ia me arrepender de perguntar, mas não tinha o que fazer.
— Bem! Se não é da churrasqueira, a patente é do quê? — perguntei já me preparando para o pior.
— Essa churrasqueira é bem conhecida no EUA. Quando fui visitar meu filho lá, trouxe a idéia de fazer essa peça aqui — explicou Hans. Mas não estou interessado na churrasqueira, quero proteger a correntinha.
Tive a certeza de que não tinha entendido nada.
— Que correntinha? — perguntei.
— Entre os dois meios tonéis tem uma correntinha que impede a parte de cima de tombar para o lado — explicou o inventor.
De fato, entre o meio tonel de baixo e o de cima tinha a bendita correntinha. Era uma daquelas correntes que se bota em coleira de cachorro pequeno. Tinha sido soldada na parte de baixo e na parte de cima.
— O senhor que patentear a correntinha? — indaguei para Hans.
— Exatamente isso! — respondeu bem feliz o inventor. É uma boa invenção, não acha?
— É — não me veio outra resposta à mente.
O outro homem que tinha ficado calado o tempo todo, continuou calado.
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