Para preparar um bom amargo não precisa ser escolado,
Pode ser grosso, fresco ou bem educado;
Mas é necessária a ciência da ceva e do fazer,
Uma boa cuia parceira da bomba tem que ter,
Pode ser grosso, fresco ou bem educado;
Mas é necessária a ciência da ceva e do fazer,
Uma boa cuia parceira da bomba tem que ter,
A erva-mate bem verdinha é essencial,
Pura folha, moída grossa ou tradicional,
A água no ponto, quando a chaleira chia;
Nem muito quente nem muito fria,
Pura folha, moída grossa ou tradicional,
A água no ponto, quando a chaleira chia;
Nem muito quente nem muito fria,
Sorver o mate com gosto e calma
E um prazer que aconchega a alma.
E quando ronca a cuia, passar além
Para o amigo apreciar também.
E um prazer que aconchega a alma.
E quando ronca a cuia, passar além
Para o amigo apreciar também.
Pois bem, depois de anunciado o sujeito e como quem não quer nada, foi logo perguntando de repente:
— Vivente! É por aqui eu se faz patente?
Olhei para o homem; chapéu tapeado na testa, barbicacho no queixo, bota de cano alto e bombacha folgada, mas bem feita.
Respondi logo, pra não fazer desfeita.
— É sim, certamente.
Juvêncio puxou da algibeira uma cuia com bomba e tudo, prontamente.
— Um momento — disse, disposto a mostrar o tal invento.
Servi ao homem um bom mate a contendo.
— Exatamente isso, uma apetrecho novo eu vim lhe mostrar.
A cuia era boa, cortada no ponto, seio moreno bonito de apreciar.
— Não vejo nada de especial — disse ao inventor novato.
Ele pegou uma peça plástica que da cuia imitava o formato.
— Calma doutor, isso vai dentro do porongo, bem encaixado.
A peça era tosca, mas dividia ao meio a erva e a água do outro lado.
— E esses furinhos cá embaixo? — assim com a mão mostrando.
Como uma peneira encostada no fundo da cuia, fui logo apontando.
— Por aí passa somente a água e não desbarranca a erva — explicou.
Analisando mais um pouco o que o inventor revelou.
— Mas, depois de umas cuiadas sobra apenas erva lavada?
Parecia boa a pergunta, mas Juvêncio já tinha a resposta pensada.
— Depois de encher alguns mates, pode tirar a divisória.
Juvêncio pegou a cuia e puxou fora a peça sem muita história.
— Se é só para armar o mate, a peneira tem necessidade?
O inventor coçou a barba mostrando certa ansiedade.
— Não tem problema doutor, os furinhos podemos tirar — disse.
Com isso, a invenção perdia a finalidade e o interesse.
— Ponderei com ele e perguntei: — você quer mesmo depositar?
Juvêncio não gostou e ameaçou se retirar.
— Não fique chateado, estou apenas perguntando.
O inventor levantou-se, botou o chapéu e foi se retirando.
— Não é nada não, pensei que tinha feito uma grande invenção.
Nos despedimos com um bom aperto de mão.
— Volte sempre para uma prosa, boa e franca como se deve ter.
Juvêncio, homem simples, mas verdadeiro, voltou-se e disse: — vou fazer.
O leitor tem que desculpar a rima pobre,
Pois o narrador não é poeta nobre.
É apenas um simples redator
Que teima em ser escritor.
Pois o narrador não é poeta nobre.
É apenas um simples redator
Que teima em ser escritor.
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