Imagine a cena: um sujeito sai do banheiro com aquela sensação de vazio existencial e cruza com outro que precisa ir urgentemente ao sanitário. O que saiu está feliz por ter despachado a feijoada, e o que entra no banheiro percebe no ar a situação deplorável que vai encontrar. Se ele tem uma caixa de fósforos na mão dá para se salvar, mas se não: vai ter de enfrentar a peleia de peito aberto.
Assim foi o intróito da explicação que um cliente deu para começar a falar de sua invenção.
— É verdade! — concordei com ele. E como o assunto estava escatológico mesmo, conclui: às vezes a gente come guisadinho de urubu e não tira a moela. Aí é uma desgraça.
— Pior! — continuou o inventor — é passar aqueles desodorizadores, a mistura fica nauseabunda.
— Pois é! Está escrito na lata: aroma de flores do campo, lavanda etc. O dia que flores do campo tiverem o cheiro que fica no banheiro, o mundo está condenado — ponderei.
— Num dia desses — prosseguiu o inventor — eu estava lendo à Zero Hora dominical no banheiro e percebi que tinha de mudar essa situação.
— Por causa das hemorróidas? — perguntei, lembrando de que não se pode ficar muito tempo sentado no vaso.
— Não! — respondeu. Eu mesmo não estava me agüentando e não tinha levado fósforos. Pensei num exaustor.
— Mas isso não tem nada de novo — ponderei com ele. Aqueles exaustores automáticos que se ligam quando se acende a luz do banheiro são mais velhos que minha avó.
— Não pensei nisso não! — atalhou. O que desenvolvi foi um exaustor acoplado na tampa do sanitário.
O inventor tirou de dentro de uma grande sacola a tampa do vaso sanitário que ele tinha criado. Era um tampa comum cortada longitudinalmente, parte de cima e parte de baixo, emendadas pelo meio e que devia ter uns 15 cm de altura. Tinha uma grande quantidade de orifícios bem na junção da parte de cima com a parte de baixo, pelo lado de dentro e outros pelo lado de fora. Tinha dois exaustores bem pequenos, daqueles que se usam em computadores, que puxavam o ar e faziam-no passar pelos filtros. A tampa era pesada.
— A tampa ainda está muito alta, mas quero ver se consigo diminuir sua espessura — ponderou o cliente.
— Dá para ligar? — perguntei.
— Claro!
Botamos a tampa para funcionar. Fazia o mesmo barulho que os computadores domésticos fazem. Formava uma corrente de ar que era puxada pelos furos internos e expelida pelos furos externos.
— No verão não tem problema, mas no inverno...como fica? — perguntei. Já imaginando o usuário sentado na privada, pleno mês de julho, serra gaúcha, -3ºC lá fora e aquele arzinho gelado resfriando a retaguarda, sendo puxado pelos exaustores.
— Já pensei nisso — disse prontamente o inventor. Basta colocar um conjunto de resistências elétricas dentro da tampa para aquecê-la.
— Não vai ficar muito cara essa tampa?
— É para um público diferenciado.
Mais tarde pesquisando sobre o assunto fiquei impressionado com a grande quantidade dessas tampas que foram patenteadas. Tem tampa para todos os gostos e bolsos. Retornaremos a esse assunto mais tarde.
Assim foi o intróito da explicação que um cliente deu para começar a falar de sua invenção.
— É verdade! — concordei com ele. E como o assunto estava escatológico mesmo, conclui: às vezes a gente come guisadinho de urubu e não tira a moela. Aí é uma desgraça.
— Pior! — continuou o inventor — é passar aqueles desodorizadores, a mistura fica nauseabunda.
— Pois é! Está escrito na lata: aroma de flores do campo, lavanda etc. O dia que flores do campo tiverem o cheiro que fica no banheiro, o mundo está condenado — ponderei.
— Num dia desses — prosseguiu o inventor — eu estava lendo à Zero Hora dominical no banheiro e percebi que tinha de mudar essa situação.
— Por causa das hemorróidas? — perguntei, lembrando de que não se pode ficar muito tempo sentado no vaso.
— Não! — respondeu. Eu mesmo não estava me agüentando e não tinha levado fósforos. Pensei num exaustor.
— Mas isso não tem nada de novo — ponderei com ele. Aqueles exaustores automáticos que se ligam quando se acende a luz do banheiro são mais velhos que minha avó.
— Não pensei nisso não! — atalhou. O que desenvolvi foi um exaustor acoplado na tampa do sanitário.
O inventor tirou de dentro de uma grande sacola a tampa do vaso sanitário que ele tinha criado. Era um tampa comum cortada longitudinalmente, parte de cima e parte de baixo, emendadas pelo meio e que devia ter uns 15 cm de altura. Tinha uma grande quantidade de orifícios bem na junção da parte de cima com a parte de baixo, pelo lado de dentro e outros pelo lado de fora. Tinha dois exaustores bem pequenos, daqueles que se usam em computadores, que puxavam o ar e faziam-no passar pelos filtros. A tampa era pesada.
— A tampa ainda está muito alta, mas quero ver se consigo diminuir sua espessura — ponderou o cliente.
— Dá para ligar? — perguntei.
— Claro!
Botamos a tampa para funcionar. Fazia o mesmo barulho que os computadores domésticos fazem. Formava uma corrente de ar que era puxada pelos furos internos e expelida pelos furos externos.
— No verão não tem problema, mas no inverno...como fica? — perguntei. Já imaginando o usuário sentado na privada, pleno mês de julho, serra gaúcha, -3ºC lá fora e aquele arzinho gelado resfriando a retaguarda, sendo puxado pelos exaustores.
— Já pensei nisso — disse prontamente o inventor. Basta colocar um conjunto de resistências elétricas dentro da tampa para aquecê-la.
— Não vai ficar muito cara essa tampa?
— É para um público diferenciado.
Mais tarde pesquisando sobre o assunto fiquei impressionado com a grande quantidade dessas tampas que foram patenteadas. Tem tampa para todos os gostos e bolsos. Retornaremos a esse assunto mais tarde.
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